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Obrigado ao homem do campo (Vavá; F66)

27/07/2020 - Por evaristo marzabal neves
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Dia 28 de julho, uma data para comemorar e glorificar um herói: Dia do Agricultor, dia daquele que nesta pandemia não deixou vazias as prateleiras e gondolas das feiras e estabelecimentos varejistas e atendeu com milhares de cestas básicas os brasileiros mais carentes e necessitados.

Neste instante vem à lembrança uma canção de Dom e Ravel (Obrigado ao homem do campo), lançada em 1982, que homenageia este herói anônimo e cuja letra, transcrevo: Obrigado ao homem do campo...pelo leite, o café e o pão...Deus abençoe os braços que fazem...O suado cultivo do chão...Obrigado ao homem do campo...Pela carne, o arroz e o feijão...Os legumes, verduras e frutas...E as ervas de nosso sertão...Obrigado ao homem do campo...Pela madeira da construção...Pelo couro e fios da roupa...Que agasalham a nossa nação...Obrigado ao homem do campo...O boiadeiro e o lavrador...O patrão que dirige a fazenda...O irmão que dirige o trator...Obrigado ao homem do campo...O estudante e o professor...A quem fecunda o solo cansado...Recuperando o antigo valor...Obrigado ao homem do campo...Do oeste, do norte e do sul...Sertanejo da pele queimada...Do sol que brilha no céu azul...E obrigado ao homem do campo...Que deu a vida pelo Brasil...Seus atletas, heróis e soldados...Que a santa terra já cobriu...Obrigado ao homem do campo...Que ainda guarda com zelo a raiz...Da cultura, da fé, dos costumes...E valores de nosso país...Obrigado ao homem do campo...Pela semeadura do chão...E pela conservação do folclore...Empunhando a viola na mão. Por sua vez, a musica é evocativa. Vale a pena ouvi-la.

Não há duvida que 38 anos depois do lançamento desta canção a vida no campo passou por transformações, como ocorreu na sociedade em geral, mas seus fundamentos permanecem. De lá para cá, muitas coisas aconteceram e mudaram com a ciência e pesquisas inovadoras, a tecnologia, o desenvolvimento, a gestão digital e o empreendedorismo inerente ao campo, transformando a arte de produzir alimentos. Nesta direção, em qualquer tempo, a importância do agricultor continuou, pois vai além de colocar alimento em nossa mesa, sendo também responsável pela produção de matéria prima para inúmeros insumos que consumimos no cotidiano. "Praticamente todos os produtos de nosso dia a dia tem um vinculo com o campo".

Definir um dia no ano para reverenciar o agricultor é muito importante, porém, o dia do agricultor é todo dia do ano. "Só quem é um agricultor sabe que essa profissão vai muito além. Não existe feriado, fins de semana, férias. Trabalha 365 dias no ano, pois as plantas, os animais, as pragas e moléstias, não conhecem estas datas de recesso, de descanso". Ademais, fica aberta diuturnamente, uma vez que o estabelecimento agrícola é uma fabrica a céu aberto, dependente do clima, das variações estacionais e de temperaturas, caracterizando a produção como uma atividade sujeita às incertezas e empreendimento cativo de altos riscos.

Neste sentido é preciso valorizar o ser humano do campo e sentir sua enorme relevância, pois sem ele teríamos que plantar e criar o que comemos; quem labuta no campo, trabalha para todos. Daí ter sentido adesivos que valorizam o campo como: "Você se alimentou hoje? Agradeça ao Produtor Rural!", ou, "Se o campo não planta, a cidade não janta... Se o campo não roça, a cidade não almoça".

Finalmente, quem labuta no campo é um agente da paz. Para a FAO - Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentos, a crise de alimentos ameaça a paz mundial e afirma "Não há paz sem segurança alimentar", isto é, "onde há fome, não há paz". É verdade.

Parabéns gente do campo, agente da paz. Finalizando, incluiria num anuncio televisivo: agro é pop, agro é tech, AGRO é PAZ. Graças a vocês, gente do campo.

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Obs. Publicado na Gazeta de Piracicaba - Ano XVII - N. 4290, 26/07/2020, p. 2 (Opinião)

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