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A importância do fator humano na agricultura 4.0.

03/10/2019 - Por evaldo kazushi takizawa
Atenção: Os textos e artigos reproduzidos nesta seção são de responsabilidade dos autores. O conteúdo publicado não reflete, necessariamente, a opinião da ADEALQ.

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Um breve histórico da agricultura iniciada a quase 10.000 anos atrás mostra a evolução desde o último século no qual vivemos a agricultura 1.0 com a tração humana e animal, passando para agricultura 2.0 com a mecanização e depois a agricultura 3.0 com GPS, agora agricultura digital 4.0 automatizada e conectando pessoas, máquinas e sensores quase num mundo virtual administrada por telemetria e caminhando para agricultura 5.0.

Na alta tecnologia onde uma pessoa é capaz de gerir uma área agrícola imensa, qual será o resultado da “frustação digital”, quais serão os impactos ambientais, financeiros, sociais de uma decisão tomada sem uma devida validação?

Em muitas plataformas digitais observamos os benefícios propostos seduzem os consumidores deslumbrando de forma que se perde a visão clara dos possíveis prejuízos e na agricultura isso não é diferente, conceitos de internet das coisas (em inglês o acrônimo “IoT”) conectando dispositivos e os automatizando-os é o sonho de consumo de qualquer um.

Os conceitos de agricultura inteligente (“smart agriculture”) e a inteligência artificial inegavelmente farão parte do cotidiano de qualquer engenheiro agrônomo, etapas como coletar dados, controlar melhor cada etapa dos processos de produção agrícola, gerenciar os custos, reduzir desperdícios, aumentar a eficiência do agronegócio e como resultado alcançar melhores retornos de qualidade, produtividade e financeiros são os objetivos de todos os negócios.

Neste cenário qual a importância do fator humano responsável pelo controle de todos estes eventos? Além da importância é imprescindível considerar qual deverá ser a qualificação desta pessoa, imagine, então a repercussão de uma decisão imprecisa tomando como um exemplo hipotético em que o tomador de decisão resolve iniciar a semeadura com tratores autônomos de alto rendimento orientado por uma previsão meteorológica de chuva.

Após a conclusão da semeadura a chuva realmente ocorre como previsto, porém com intensidade capaz de provocar erosões e assoreamento das linhas de semeadura prejudicando a emergência das plantas, neste exemplo usando a agricultura 1.0 o desfecho da semeadura poderia provocar muito menos danos.

A importância do fator humano controlador da alta tecnologia na agricultura 4.0 evoluindo para agricultura 5.0 expõe como podemos estar vulneráveis a uma ação equivocada de um profissional.

O entendimento dos dados coletados categorizando-os entre elementos de alta, média e baixa confiabilidade pode ser um dos primeiros passos para busca de soluções inteligentes e antever os problemas evitando prejuízos e tendo precaução antes de cada decisão.

Muitas questões básicas tratadas desde as passagens bíblicas como a necessidade do “descanso da terra”, modernamente podemos denominar de rotação de culturas nem sempre estão contempladas nas linhas dos algoritmos das plataformas digitais da agricultura 4.0, isso demonstra o quanto pode estar desprovido de inteligência este nosso software quando se elabora um plano de implantação do sistema de produção agrícola.

Na agricultura do futuro sempre haverá espaço para profissionais aptos a usar a cognição humana de um simples olhar da fachada de uma propriedade rural e ser suficiente para predizer se aquele agricultor tem competência para aplicar a agricultura 4.0 aplicando as melhores práticas agronômicas.

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