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A Construção Coletiva de um novo CALQ

27/06/2019 - Por igor machado
Atenção: Os textos e artigos reproduzidos nesta seção são de responsabilidade dos autores. O conteúdo publicado não reflete, necessariamente, a opinião da ADEALQ.

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A Construção Coletiva de um novo CALQ

"Isso é para os loucos. Os desajustados. Os rebeldes. Para os peixes fora da água. Para aqueles que veem as coisas de forma diferente. Eles não gostam de regras. Eles não nutrem o menor respeito pelo status quo. Você pode citá-los, discordá-los, glorificá-los ou difamá-los. A única coisa que você não pode fazer é ignorá-los. Porque eles transformam as coisas. Eles impulsionam a raça humana para frente. Enquanto alguns podem vê-los como loucos, nós vemos gênios. Porque as pessoas que são loucas o suficiente para achar que podem mudar o mundo, são aquelas que o fazem”.

Steve Jobs

Seguindo o modelo do Vale do Silício na Califórnia (Silicon Valley/EUA), o município de Piracicaba possui um ambiente inovador de sucesso em tecnologia para a agricultura, tendo como centro de gravidade a Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” (ESALQ). Possui ainda outras instituições de ensino, centros de pesquisa, parque tecnológico, incubadora e empresas tecnológicas de porte internacional e diversas startups, representantes do setor da economia em que o Brasil é o mais competitivo, a agropecuária. Localizado em Piracicaba, o Centro Acadêmico “Luiz de Queiroz” (CALQ) nasceu em um dos campus universitários mais belos do país, com jardins, parques e prédios históricos, tombados como patrimônio público, e também moderna infraestrutura para atividades acadêmicas e científicas, unindo tradição à inovação.

Na primeira metade do século XX, o tradicional e inovador Centro Agrícola “Luiz de Queiroz” (antigo nome do CALQ), foi o ponto de encontro dos acadêmicos da ESALQ. O centro publicava a revista científica chamada “O Solo” divulgando os novos avanços agronômicos desenvolvidos na Escola. Em 1930, a revista publicou experimentos com o uso de álcool em motores de combustão interna, fornecendo bases para os futuros estudos que resultaram no programa “PROÁLCOOL” (Programa Nacional do Álcool) e, em seu auge, chegando a publicar para até 80 países. Do Centro Agrícola e suas autarquias nasceram diversas iniciativas como o oferecimento de aulas de aviação civil com aviões próprios, o jornal “O Arado” (jornal publicado em Piracicaba), a Revista “O Solo”, o Banco Agrícola “Luiz de Queiroz”, a AAALQ, a ADEALQ, a criação do Colégio “Luiz de Queiroz” (CLQ), entre outras.

Como o CALQ foi protagonista do desenvolvimento social e tecnológico do país, reunindo os louros de tantas iniciativas e trabalhos inovadores, desenvolvidos desde o seu surgimento, entendemos que foi o primeiro e mais influente HUB de inovação da história de Piracicaba. Junto de tanta história em seus anos de existência, o CALQ acumulou símbolos, oficiais e extraoficiais (brasão, bandeira, emblema, condecorações, entre outros) garantindo a perpetuidade de nossa história por uma identidade visual única, que necessitam ser ajustados levando em conta diretrizes da heráldica, da vexilologia, da sigilografia, de caligrafia, diplomática, medalhística, falerística, ex-librística, etc., para que sua identidade visual seja explorada comercialmente, semelhante a instituições internacionais de tamanha importância.

Atualmente, o Centro Acadêmico “Luiz de Queiroz” é a maior entidade representativa dos estudantes da ESALQ e tem o papel de organizar suas lutas, promover discussões, atentar para as necessidades dos alunos e representar o corpo estudantil em suas posições. Sua atuação mais comum diz respeito aos interesses dos estudantes perante à administração das unidades da USP no campus “Luiz de Queiroz”, às questões de política acadêmica, científica e até nacional. Além disso, o CALQ mantém relações e filiações com outras entidades representativas de estudantes, possuindo um representante indicado pelo nosso Conselho Diretor no Conselho de Centros Acadêmicos do Diretório Central dos Estudantes “Alexandre Vannucchi Leme” Livre da Universidade de São Paulo (Capítulo IV, Seção III, artigo 17 do estatuto social do DCE Livre da USP), por exemplo.

Neste cenário, a chapa INOVACALQ apresenta a proposta de trabalhar como uma ponte, fazendo uso da interdisciplinaridade, para planejar, desenvolver, implementar e gerenciar projetos que visam o estímulo à perpetuidade da história, da inovação tecnológica e do comportamento empreendedor, presentes nesta Escola desde a sua fundação, garantindo a aproximação mútua de discentes graduandos e pós-graduandos, docentes, alumni e demais atores que investem e acreditam no maior empreendimento de nosso patrono Luiz Vicente de Souza Queiroz e sua esposa Ermelinda Ottoni de Souza Queiroz.

O propósito da chapa INOVACALQ:  Queremos deixar um marco na história do CALQ. Fazer uma gestão dos estudantes, pelos estudantes e para os estudantes, preocupada com todos os problemas da Universidade que afetem suas vidas pessoais e acadêmicas; sendo eficaz na busca por soluções inovadoras e disruptivas. Gestão da mudança e gestão da inovação são duas áreas de estudo que nos servirão de ferramentas conceituais para elevar nosso Centro Acadêmico. Acreditamos que o CALQ deve ser apresentado para os ingressantes de forma não eleitoreira. Queremos lembrar-lhes o que significa o CALQ para cada estudante e ser companheiros no processo de socialização sadia dentro da Universidade. Austeridade, transparência plena e aproximação com todos os estudantes da ESALQ concluem nosso hall de valores.

Entendemos bem a conjuntura de utilização dos espaços do campi da Universidade de São Paulo e as determinações institucionais relacionadas a esse tema. Considerando as determinações aplicadas por parte de algumas unidades e os posicionamentos lançados pela Procuradoria Geral de nossa Universidade, acreditamos ser apropriado expandir a discussão fazendo uso (i) da extensa literatura existente sobre o tema, (ii) das políticas institucionais de outras universidades (nacionais e internacionais) e (iii) das estratégias de saúde consolidadas sobre o problema do alcoolismo e da adicção.

Compreendemos que a discussão relativa à vivência da comunidade esalqueana, em particular no que tange a realização de festas no campus tem um aspecto político, social, sanitário e técnico complexos e importantes, que não podem ser ignorados nesta discussão. Existem normas da USP regulando o comércio de bebidas alcoólicas e tais regras devem ser sempre respeitadas até que mudem. É importante lembrar que uma das justificativas para a proibição do consumo foi a falta de segurança dos eventos. A chapa INOVACALQ defende a utilização de todos os espaços de maneira consciente para eventos, com segurança e infraestrutura adequada para eventos sadios. Portanto, pretendemos procurar intermediar os diálogos para retomada de eventos regulares nesses parâmetros. O diálogo e a negociação são ferramentas centrais para nossa chapa. Acreditamos na legitimidade do direito constitucional de greve, mas somente como último recurso de reivindicação após o esgotamento de todas as vias de diálogo e possibilidades de negociação, quando a maioria dos estudantes concorda em aderir.

Sabemos que em época de crise, as políticas de acesso e permanência estudantil são as primeiras atingidas, com cortes drásticos. Enquanto chapa queremos fomentar a luta pelo acesso e permanência à universidade e não apenas procurar saber a opinião dos estudantes sobre o assunto. Acreditamos na importância do diálogo com todos dirigentes do Campus, nos propondo a nos empenhar em construir vias de diálogo nas instâncias administrativas, em especial com a Diretoria e a Congregação, buscando parcerias. O resultado disso será a eliminação da lacuna de conhecimento de intenções e ações dos entre os mesmo e nós, os estudantes.

Para o CALQ receber concessões públicas (de um terreno no campus para construção de uma sede, por exemplo), voltar a ganhar licitações (do próprio Restaurante Universitário, RUCALQ, como antes conhecido, por exemplo) ou receber doações e financiamentos do governo (financiamento de um evento cultural pelo Programa Nacional de Apoio à Cultura conhecido como Lei Rouanet, por exemplo), deve ser oficialmente uma associação civil sem fins econômicos constituindo uma pessoa jurídica ativa, com seu estatuto social baseado no novo código civil e outras leis as quais o CALQ é citado, assim com um sistema de gestão bem delineado. Apesar de não sermos a continuidade de nenhuma chapa/gestão anterior do Conselho Diretor, concordamos com todas as diversas gestões do Conselho Diretor que há mais de uma década enxergaram que o atual texto do estatuto social do CALQ apresenta alguns problemas graves, como: a falta de clareza quanto as declarações de missão, visão e valores do CALQ; uma estrutura organizacional desatualizada perante a da principais instituições parceiras, como a ESALQ e FEALQ, ou nossas próprias antigas autarquias como a AAALQ e ADEALQ, por exemplo; a falta de um fluxograma da estrutura organizacional (organograma), com descrição detalhada dos cargos e funções; cargos e órgãos (Dos 3 Conselhos) sem relação clara com os respectivos das instituições parceiras; ausência dos estatutos, regimentos e normas das autarquias em seu texto; erros quanto a simbologia (não levando em conta diretrizes heráldica, vexilologia, sigilografia, caligrafia, diplomática, medalhística, falerística, ex-librística, etc.) que atrapalham sua identidade visual; a falta de descrição do que é e o que pode ser o patrimônio do Centro, assim como seus usos e fins, não garantindo segurança fiscal e jurídica para possíveis apoiadores físicos ou jurídicos (doadores, beneméritos, financiadores, etc.); eleições sem regras claras quanto a reeleições, eleição do conselho estudantil (e seu funcionamento), eleição do conselho fiscal, regras de debate, local de debates, tecnologias possíveis de serem utilizadas na votação e na contagem de votos, entre outros.

E temos a firme convicção de que algumas das soluções propostas em assembleias pelas gestões anteriores, assim como: a criação de um Planejamento Estratégico a ser proposto e anexado ao texto do estatuto, um planejamento tático móvel (passível de alterações periódicas) a serem anexados ao estatuto periodicamente, incluindo as declarações de missão, valores e visão no texto do estatuto; uma estrutura organizacional matricial atualizada perante principais instituições parceiras, com descrição detalhada dos cargos e funções; a anexação de um fluxograma da mesma (organograma) ao texto do estatuto; um número estabelecido de Conselhos que devem atuar de forma separada, independente e harmônica, evitando que a autoridade e as atribuições se concentre nas mãos de poucas pessoas, ou até um único grupo ideológico ou tribo, fazendo com que todas as atividades sejam realizadas de maneira eficaz e sem abuso de poder; a criação de um Manual de administração do CALQ a ser anexado, com um Sistema de Gestão simples e prático delineado em seu texto; a inclusão dos regimentos, metas e normas básicas da Comissão de Formatura , Integração e demais autarquias no texto do estatuto; a liberdade de a Diretoria de Curso de Agronomia (DCAgro) se tornar uma associação própria assim como os Centros Acadêmicos de cursos em nosso campus; a inclusão de regras claras delineadas sobre abertura fiscal para financiamentos, concessões de bolsas, doações privadas e detalhamento de como deve ser feitos tais apoios financeiros, garantindo segurança institucional aos apoiadores; a criação da Comissão Eleitoral fixa dentro do Conselho Fiscal para realização de todo tipo de eleição e processo seletivo para todo órgão do CALQ, estabelecimento de regras claras quanto ao debate e uso de novas tecnologias para votação; a exigência de apresentação de um Planejamento Operacional pelas chapas concorrentes ao Conselho Diretor compatível com o Planejamento Estratégico do CALQ; a inclusão do diretório feminino CERES como autarquia; e entre outras são essenciais para preservar nosso patrimônio, revitalizar juridicamente e reerguer financeiramente nossa associação e, assim, resgatar nossa voz e o protagonismo na política nacional.

Nossa chapa é composta por estudantes engajados há anos no movimento estudantil, seja como moradores da Casa do Estudante Universitário (instituição histórica no movimento estudantil na ESALQ) e fazendo parte de seu Conselho Diretor, seja como representantes discentes em diversos colegiados da nossa unidade, ou na participação do movimento de repúblicas estudantis, a qual a chapa encara como cerne da história do movimento estudantil na ESALQ e na USP (como caso mais simbólico a luta pelo usucapião do terreno da República Pau Preto doada para o CALQ). Em todo esse tempo de participação no movimento estudantil, tivemos contato com os desafios de estudantes de diversos perfis, e mesmo assim ainda queremos compreender e assumir as lutas legítimas de todos dos estudantes da ESALQ, agregando todos que estão dispostos a lutar por seus direitos. Agradecemos muito a participação dos que se dispuseram a colaborar com nossas ideias. Todas as ideias são ouvidas e continuarão recebendo fundamental atenção da chapa, pois perpassam direta ou indiretamente pelos direitos dos estudantes da ESALQ e da população de nosso país.

Nossa chapa está pronta para inovar! Siga: #i9oCALQ

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