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A turma toda padece (Vavá; F66)

25/04/2022 - Por evaristo marzabal neves
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Quando floresce um flamboyant". No "Hino do Agricolão" (símbolo não oficial) um trecho muito lembrado pelo esalqueano é : "Porém quando a coisa aperta e nós pensamos no amanhã, a turma toda padece quando floresce um flamboyant".

Perguntas, que não sei responder: Quando surgiu o "Hino do Agricolão" e foi cantado pela primeira vez? Como, temporalmente, interpretar o "e nós pensamos no amanhã?". Esta evocação do amanhã tem início em que época do século passado? Anos 40, 50...?

Só para lembrar, este hino é cantado, já por bom tempo, por ex-alunos e alunos nsd repúblicas, nos encontros dos ex-moradores e dos pais nas republicas, no InterUSP, no Inter Repúblicas, nas reuniões dos ex-alunos na Semana Luiz de Queiroz, em outros locais, bastando a presença de alguns e, pasmem, em anos recentes, após o encerramento da Sessão Solene de Formatura dos sete cursos de graduação no "Gramadão". Solenemente a sessão se encerra, com a declamação do poema épico Ode por dois alunos(as), descendo cada um das bancadas ao lado da mesa diretora até o encontro de ambos, olhar voltado para a mesa, finalizando a Ode. Em seguida, a maestrina Cintia Pinotti a frente de uma bancada e a colega Sonia Dechen (F-69) diante da outra iniciam o canto do Hino Oficial, letra e musica do Prof. Zilmar Ziller Marcos..."Plantar, criar e conservar...a Esalq existe para ensinar...cumprindo missão vitoriosa" e, ao fundo, o Prédio Central iluminado. Pura emoção, momento inesquecível.

Pois bem, basta o Diretor dar por encerrada a Sessão e a mesa diretora e o publico se dispersarem, os formandos dos cursos de Graduação se unem, braços nos ombros do colega e "mandam ver" o "Hino do Agricolão". Lágrimas de despedida, pois cada um seguirá por outro caminho (é quando "nós pensamos no amanhã"), desfazendo a convivência e o convívio amigo e fraterno de anos no Campus Luiz de Queiroz e em Piracicaba.

Uma curiosidade, voltando às perguntas: Por se perpetuar, chama a atenção o seguinte: Quem é(são) o(s) autor(es) do Hino do Agricolão?

Curioso, consultei no Google (Hino do Agricolão) se havia respostas a estas perguntas. Encontrei inúmeros vídeos, entre eles: a) Como fazíamos há 35 anos, cantado pela F-84 - gravação em 16/10/2019; b) Da Turma 1986, comemorando o Jubileu de Prata em 2011 - gravação em 11/10/2011; c) ESALQ InterUSP 2009 - gravação em 15/06/2009; d) Republica Jacarepaguá 55 Anos - gravação em 01/09/2012; d) Republica Perdição - gravação em 14/06/2008; e) F-91 Hino do Agricolão na escadaria do Prédio Central, Jubileu de Prata da F-91, Outubro de 2016), mas nada de informar sobre a autoria da letra. "Matei as saudades" curtindo estes vídeos e vendo ex-alunos, já com mais idade (uns já bem mais, dependendo do ano de formatura) e a aparência bem diferente dos "anos dourados" dos tempos vividos na "Gloriosa". "Velhos tempos...belos dias".

Encontrei uma menção sobre o hino no "Hino do Agricolão - Vivências na Noiva da Colina", de José Norival Augusti (F-65) que registra: "Musica inspirada na Canção do Exercito, autor desconhecido...", e seguindo "O hino do agricolão foi cantado nas festas e reuniões do Centro Acadêmico e das republicas e, principalmente, durante as comemorações da Semana Luiz de Queiroz nos idos dos anos sessenta e setenta".

No momento, um fato é lembrado. A letra do Hino do Agricolão foi criada bem antes dos anos 60 (fiz o curso de 1962 a 1966), pois em minha época estudantil o sistema escolar era seriado, ensino via Cadeiras (substituídas no tempo pelos Departamentos na Reforma de 1970 e não existiam disciplinas obrigatórias e optativas). Cada Cadeira, um Catedrático. Por exemplo, o atual Departamento de Economia, Administração e Sociologia (que pertenço) se origina da Cadeira número 12 - Economia Rural, criada em 1912, catedrático: Prof. Érico da Rocha Nobre. Só no 4º ano é que tínhamos aula, ano todo, em Economia Rural. Permanecíamos o ano inteiro assistindo aulas (teórica e pratica) numa Cadeira. Aprovado nela, no ano seguinte, novas Cadeiras. A avaliação final, depois de um ano inteiro, era em novembro, quando floresce o flamboyant. "Tomou pau", repetia a Cadeira. Nos dias de hoje, as disciplinas (obrigatórias e optativas) são semestrais e, o flamboyant não floresce em junho o que dá uma indicação de que o "nós pensamos no amanhã" se refere ao término  do curso e se tem a formatura (day after à colação de grau)

Para alguns, a letra é pesada, linguajar chulo, descaracterizando a real formação acadêmica do estudante esalqueano, vivendo um "dolce far niente"..., e para a maioria, principalmente ex e atuais moradores em republicas, um momento de descontração, relaxamento, confraternização, simbologia festiva, alienante e carregada de saudades, lembrança de um tempo bom que passou, mas agregador temporalmente, já que reúne irmanados, cantantes ex-alunos e alunos.

Finalizando, mate minha curiosidade: Quem é (são) o(a) autor(a) ou autores do "hino do Agricolão"? Quando foi cantado pela primeira vez?

 

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